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Por que o Reino de Deus pertence às crianças?

Deus e as crianças 

Queridos, que bênção é poder nos reunir ao redor da Palavra de Deus e ouvir a voz firme, mas amorosa de Jesus dizendo: 

“Deixem as crianças virem a mim e não as impeçam, pois o Reino dos Céus pertence aos que são como elas” (Mt 19:14, NVT). 

Esse é um texto simples, mas ao mesmo tempo muito poderoso: Ao refletir sobre ele vemos discípulos ocupados, agendas cheias e prioridades adultas tentando filtrar quem pode ou não chegar perto do Mestre.

E então, Jesus com indignação, mas ao mesmo tempo com ternura e autoridade, ensina, abre espaço, acolhe, abençoa e nos dá algumas dicas para compreender o coração do Reino de Deus.

Talvez você se pergunte: Por que o Reino de Deus pertence às crianças? 

O texto não traz uma lista explícita de motivos, mas as Escrituras e a iluminação do Espírito Santo para as compreendemos nos dão algumas pistas preciosas. 

Portanto, quero caminhar com vocês por três lições que as crianças nos ensinam, e que respondem, pelo menos em parte, a pergunta levantada, são elas:

1. A facilidade de se conectar; 

2. A prontidão em perdoar;

3. A dependência confiante.

1. Crianças se conectam com rapidez - e o Reino floresce em comunhão

Quem já levou uma criança ao parque sabe: em poucos minutos aparecem os “novos amigos do dia”, não é mesmo?

Não há vergonha ou medo de serem rejeitadas, elas simplesmente se aproximam umas das outras, compartilham o brinquedo, inventam regras, riem e se alegram juntas.

O coração infantil tem uma porosidade relacional que nós, adultos, vamos perdendo com o tempo, mas elas nos lembram que o Reino de Deus é um ambiente de comunhão. 

Paulo descreve que uma vida cheia do Espírito transborda em cânticos “entre si”, louvor que edifica o outro, gratidão e mútua sujeição (Ef 5:18–21). 

É como se o Espírito nos devolvesse a coragem de chegar perto, de cantar juntos, de servir uns aos outros sem as paredes que ergueram-se no coração adulto. 

Adorar “como crianças” é maturidade espiritual e não imaturidade. É permitir que o Espírito quebre nossos medos e o orgulho que nos impede de estabelecer novos vínculos profundos. 

A espiritualidade do Reino de Deus é comunitária e as crianças nos lembram disso com sua ousadia simples em dizer: 

• “Quer brincar comigo?”

• “Posso brincar com você?” 

Gostaria de convidar você a refletir por alguns segundos antes de continuar com leitura, tudo bem?

Quem são, hoje, os “desconhecidos do parque” que o Espírito está te chamando a se aproximar?

O que tem impedido você de chegar perto deles e desfrutar os benefícios de um novo relacionamento de amizade e companheirismo?

Talvez a resposta pra isso seja o triste fato de que, em algum momento, pessoas machucaram você. 

Eu realmente entendo e sinto muito que isso tenha acontecido, mas quero te encorajar com as palavras do meu querido pastor, mentor e amigo, que já está com o Senhor e que nos faz tanta falta, Almir Salles, que dizia: “Relacionamentos nos feriram, mas são relacionamentos que vão nos curar.”

Portanto lembre-se de que o Reino de Deus avança quando damos o primeiro passo com coragem, com um sorriso no rosto e um: “Vamos juntos?”.

2. Crianças perdoam com facilidade -  e o Reino pulsa na reconciliação

Outra cena muito comum que certamente você já presenciou é a seguinte: duas crianças brigam por um brinquedo, há lágrimas, cara feia e muita frustração, certo? 

Mas o que acontece três minutos depois? 

Três minutos depois, elas já dividiram o lanche. Três minutos depois, elas já estão correndo, brincando e se alegrando juntas novamente.

O perdão infantil é rápido, prático, leve e eficiente. Não é que o erro não doa, ele doe, mas o vínculo vale mais, ele é muito mais precioso, portanto não faz sentido ficar de mal se podemos estar de bem e de boa juntos.

Claro que isso não é uma coisa simples, mas o Espírito produz em nós esse milagre: onde havia contenda, brota louvor e gratidão e onde havia disputa, nasce sujeição por amor a Cristo (Ef 5:19–21). 

Quando olhamos para os pequeninos e vemos a facilidade com que eles se perdoam e reatam os relacionamentos somos ensinados de que a reconciliação não é uma opção e sim uma decisão humilde que protege os relacionamentos, a amizade, a comunhão e a nós mesmos de não sermos perdoados (Mateus 6:14-15).

No capítulo dois de sua epistola Pedro fala sobre a beleza interior como algo que não se “edita” com filtros, mas que nasce do Espírito e se revela em mansidão, serenidade e domínio próprio. 

Perdoar é parte dessa beleza. É escolher o caminho do caráter sobre a aparência e do coração sobre a performance do outro, pois o Reino de Deus reconhece como “preciosa” a pessoa que, após uma briga, um atrito ou desavença, respira, ora e diz: “vamos recomeçar?”. 

Vamos refletir mais um pouquinho antes de continuar?

Há alguém que você precisa perdoar? 

Há alguém a quem você precisa pedir perdão? 

Dê um passo “infantil” e se torne maduro como uma criança. Seja sincero, seja rápido, seja inteiro. Ligue ou chame pra conversar. Ore antes e se desarme de justiça própria ou de desculpas pois o Reino pertence aos que soltam as mágoas pra segurar nas mãos de quem os magoou.

3. Crianças dependem sem reservas - e o Reino não se conquista, se recebe

Talvez a lição mais profunda que podemos aprender com as crianças é justamente essa: Crianças dependem. Elas recebem, elas confiam. 

Crianças não têm recursos próprios para se sustentar, nada “merecem” por justiça própria, mas tudo recebem por amor, tudo lhes chega por graça mediada por pessoas. 

Esse não é justamente o coração do Evangelho? O Reino de Deus não é recebido de graça pela fé em Cristo Jesus e seu sacrifício vicário? 

O Reino de Deus não é salário que se receba por merecimento, mas dádiva dada de graça e por graça. 

Jesus não nos disse: “trabalhem até merecer entrar”, mas: “venham a mim”. Portanto, a fé como a de uma criança é madura o bastante para estender os braços, depender e confiar.

O Reino de Deus é pra gente assim, que se vê necessitada, faminta, carente e sedenta por Cristo Jesus, gente que se abre para receber de graça o pão e água viva que dão vida.

Dependência aqui não é passividade, mas apego e apreço amoroso a Deus reconhecendo, como o salmista, que Ele é, tudo o que nós precisamos nessa vida (Salmos 142:5). 

E quando essa dependência encontra a realidade das crianças vulneráveis da nossa cidade, do nosso país e mundo, o Reino nos sacode porque Deus é Pai dos órfãos (Salmos 68:5).

Assim, aquele que nada tem, possui o maior de todos os tesouros;

É cuidado por aquele que é cuidado;

É amado por aquele que é o próprio Amor;

É provido por aquele que é provisão;

Nessa perspectiva, os vazios se tornam morada, as desesperanças se transformam em fé e o desamparo vira colo porque o Reino de Deus não é sobre adquirir, mas sobre receber, confiar e depender de um Deus que adota e que, portanto, é Pai, que abraça, e chama de filho aqueles que o mundo esqueceu.

Antes de finalizar gostaria de convidar você a refletir mais uma vez por alguns segundos nas questões abaixo:

Em quais áreas da sua vida você ainda tem tentado “se sustentar sozinho”, em vez de depender com fé e confiança Naquele que é a verdadeira provisão e sustento?

Você já experimentou o amor de um Deus que acolhe os esquecidos, que adota os órfãos e chama de filho todo aquele que vem a Ele? Se não esse é o momento, pois Ele também te convida a depender, confiar e receber (e não conquistar) esse amor e essa graça.

Que Deus abençoe a sua vida e que você, assim como uma criança, não chegue com respostas prontas, mas com fome de aprender; Que não venha com suas mãos cheias, mas com os braços abertos; Que não chegue para competir, mas para brincar, partilhar e amar.

Que o Espírito Santo nos conceda a graça de desaprender a dureza adulta que tantas vezes nos impede de viver o Reino de Deus como ele realmente é: simples, leve e cheio de graça.

Que possamos reaprender a nos conectar com as pessoas com sinceridade, reaprender a perdoar sem reservas, e reaprender a depender de Deus com confiança e alegria.

Que o Espírito de Cristo Jesus nos conduza de volta à essência onde ser filho é suficiente, onde o amor é abundante, e onde o Reino é recebido, e não conquistado.

Um grande abraço e um beijo carinhoso

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