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O Natal Escondido

Neste período, enquanto celebramos o nascimento de Cristo, nossos corações se enchem de expectativa, alegria e esperança. Mas você já parou para pensar na história “escondida” por trás da manjedoura?

O teólogo e pastor Tim Keller desenvolve reflexões profundas sobre os mistérios do Natal em seu livro O Natal Escondido, e aqui abordaremos alguns dos principais pontos levantados por ele, que revelam como a história do nascimento de Jesus, há dois mil anos, continua profundamente relevante para nós hoje.

O Evangelho de Mateus inicia o relato da história de Jesus não com a aparição milagrosa da estrela ou o assombro dos pastores diante de um coral de anjos, mas com uma longa lista de nomes: a genealogia do Messias registrada em Mateus 1.1–17. Embora muitos de nós pulemos essas listas, elas revelam a profundidade do planejamento de Deus. O Natal, afinal, não é apenas um nascimento, mas uma vinda. Assim como uma mãe aguarda seu bebê por nove meses no ventre, um povo aguardou por milênios a vinda do seu Messias. Trata-se da concretização de uma promessa que Deus planejou antes mesmo de criar a terra.

Essa genealogia é, na verdade, a fundação de tudo: ela mostra que Jesus não é uma metáfora ou um conto de fadas, mas alguém real, enraizado na história. Ele possui uma origem, uma família, um povo, uma cultura e uma história. E é justamente Sua vida vivida no chão da história que muda e transforma tudo.

O Evangelho como Boa Notícia (e não bons conselhos)

E por Jesus ser uma pessoa real e histórica, isso deve transformar a maneira como olhamos para Ele. Muitas pessoas veem Jesus apenas como um grande personagem inspirador ou um exemplo moral. Se o Natal fosse apenas sobre bons conselhos, a mensagem seria simples: “Façam tudo o que eu digo”.

Mas a verdade é muito mais maravilhosa. O cristianismo não se baseia em autoaperfeiçoamento nem em tentativas humanas de salvação. O Evangelho são Boas Novas. É a notícia de que “o Rei já venceu, o Rei já salvou”.

O Natal nos lembra que não precisamos de mais instruções sobre como viver melhor, mas de conhecer o que Deus já fez por nós. Toda a vida de bondade, santidade e perfeição que você e eu somos incapazes de viver, Jesus viveu plenamente. E Ele não viveu distante dos nossos sofrimentos e tentações; ao contrário, em tudo foi provado e aprovado. Por isso, podemos ter paz, pois, embora sejamos incapazes de nos salvar, Jesus veio nos resgatar do pecado, da culpa, da separação de Deus e de nós mesmos.

O Currículo da Graça

Para confirmar quem Jesus era e como estava fundamentado na história, Mateus apresenta Sua genealogia. Na Antiguidade, a genealogia funcionava como um currículo. Era a forma de apresentar quem você era ao mundo, e o valor de uma pessoa estava profundamente ligado à sua origem. Por isso, era comum que reis e autoridades apagassem de suas genealogias nomes associados a escândalos ou desonra.

Mateus faz exatamente o oposto. Ele inclui cinco mulheres, são elas: Tamar, Raabe, Rute, Bate-Seba (apresentada como a mulher de Urias) e Maria, algo assustadoramente diferente para uma sociedade patriarcal.

A inclusão dessas mulheres, frequentemente chamadas de “Mães de Jesus”, revela que a linhagem do Messias é composta por:

  • Forasteiras culturais e étnicas: Raabe era cananeia (possivelmente prostituta) e Rute era moabita, isto é, pertencia a um povo considerado impuro e excluído da adoração ao Senhor.
  • Forasteiras morais: Mateus relembra episódios dolorosos da história de Israel, como Tamar, que induziu Judá ao incesto após ser injustiçada, e a referência à “mulher de Urias”, que traz à memória o adultério e o assassinato cometidos por Davi.

O que isso significa para nós?

Significa que foi de uma família profundamente quebrada que o Messias veio. A presença dessas forasteiras morais e culturais deixa claro que a santidade de Jesus não é contaminada pelo contato com o pecado. Pelo contrário, é o Seu contato que purifica, redime e transforma. E o mesmo Ele faz conosco hoje.

Se o mundo valoriza estirpe, poder, dinheiro ou raça, Jesus vira tudo isso de cabeça para baixo. A mensagem é clara: em Jesus Cristo há lugar para todos em Sua família: prostituta e rei, homem e mulher, judeu e gentio.

Não importa sua origem nem o que você fez. Onde há arrependimento e fé, a graça de Jesus Cristo é suficiente para cobrir uma multidão de pecados.

O Advento Maior

Ao contemplarmos essa longa genealogia, somos lembrados de que Deus fez a promessa do Messias a Abraão em Gênesis 3:15 e Gênesis 12:3, promessa que levou milênios para se cumprir. Muitas vezes, Deus parece trabalhar lentamente, como se tivesse se esquecido de Suas promessas, mas Ele nunca as esquece.

Deus não pode ser julgado pelo calendário humano. O Natal proclama que Ele está executando Seus propósitos e que cumprirá fielmente tudo o que prometeu.

Por fim, um detalhe revelador: Mateus organiza a genealogia em três conjuntos de 14 gerações (seis conjuntos de sete), apontando para o número sete, que na Bíblia simboliza descanso. Jesus inaugura o sétimo conjunto de sete. Em outras palavras, Mateus está afirmando que Ele é o Descanso Supremo.

O Natal é o “Sábado dos Sábados”, a antecipação do descanso final. O verdadeiro descanso só é encontrado em Jesus Cristo, que nos liberta da exaustão dos nossos fardos e pecados. E, como Igreja, seguimos marcados pela esperança de que Ele voltará para reinar e fazer novas todas as coisas.

Que neste Natal você possa descansar na certeza de que Cristo irrompeu na história para nos salvar e que Ele voltará. Tudo o que você precisa não é fazer mais ou provar mais, mas receber a graça de Deus e essa graça está disponível apesar de suas fraquezas e falhas.

Que a alegria, a paz e a certeza da promessa do Descanso Supremo preencham o seu coração.

Feliz Natal!

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