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Abba: Espírito de adoção

Abba! Não é pouca coisa poder se aproximar de Deus chamando-o por esse substantivo tão carregado de intimidade e afeto característicos do amor entre pais e filhos. É verdade que Jesus muitas vezes se dirigiu e se referiu a Deus como “pai”. Mas temos somente um relato nos Evangelhos em que Jesus chama a Deus de “abba” (Marcos 14:36). Há algo de especial aqui, até mesmo na relação entre Deus e Jesus. Por esse motivo, quando lemos Paulo apresentar o cerne do evangelho, deveríamos ficar atônitos diante da sua afirmação de que todos nós podemos ter uma relação com Deus em que clamamos “abba” (Romanos 8:15 e Gálatas 4:6). 

O fundamento para que possamos ter essa relação com Deus é o que Paulo chama de adoção. Curiosamente, quando Paulo fala sobre essa relação adotiva entre nós e Deus, ele a associa com o Espírito (Romanos 8:15, 23; Gálatas 4:5–6; cf. Efésios 1:5). Em Romanos 8, em especial, Paulo usa a expressão “Espírito de adoção”. Por que não falar do “Deus de adoção”? Qual a relação entre o Espírito e a adoção? Em Romanos 8, Paulo usa outras qualificações sobre o Espírito que podem nos ajudar a responder a essas perguntas.

Paulo fala sobre o “Espírito da vida” (Romanos 8:2; cf. v. 10) e o “Espírito de quem ressuscitou a Jesus dos mortos” (Romanos 8:11). Na elaboração que Paulo faz do evangelho, existe uma relação entre o Espírito e o potencial vivificante, ou seja, esse poder que Deus tem de gerar vida. Se o Espírito tem esse poder de gerar vida, e o Espírito fundamenta essa relação de Deus conosco como uma relação entre pais e filhos, por que não falar de um “Espírito de procriação”? Na experiência humana mais comum, o potencial de gerar vida está associado à reprodução biológica. Mas quando a vida é gerada de forma biológica, o poder vivificante do afeto e do amor pode ficar em segundo plano. Acredito que está aí a pista para entendermos o Espírito de adoção.

Ao que tudo indica, Deus não tem filhos biológicos, mas somente filhos por adoção. É nessa relação de adoção que vemos mais claramente o poder de Deus para gerar vida pelo seu Espírito, que é o Espírito de adoção. Por mais forte que seja o vínculo biológico entre pais e filhos, um vínculo codificado geneticamente, como compará-lo ao vínculo de afeto e amor? Podemos até dizer que é o afeto e o amor, e não a genética, que torna a relação entre pais e filhos real e vivificante. Por isso, a fim de que seu afeto e seu amor por nós seja a marca da nossa relação, Deus escolhe caracterizá-la como adoção. Sendo assim, o Espírito de adoção é o Espírito do amor de Deus, um amor tão grande e firme que produz vida onde talvez não houvesse a possibilidade de vida, onde existia a morte. 

Você quer entender o poder de vida do Espírito de adoção, que é o poder do amor? Vamos fazer uma viagem de volta para a criação de todas as coisas, em Gênesis 1. Houve algum momento em que a vida não existia e que nem tinha condições de existir. O processo da criação não começa com a fala divina, mas com o Espírito de Deus pairando sobre esse estado sem vida (Gênesis 1:2). Se o Espírito de Deus é o Espírito de adoção, então o fundamento de toda a criação, de toda a vida, é o poder vivificante do amor. Antes que Deus criasse qualquer coisa, Deus amou como o amor dos pais por seus filhos. Deus estabeleceu a adoção como fonte de toda a criação. O Espírito de Deus pairava sobre o abismo, e o Espírito de adoção continua a pairar sobre todos nós e sobre toda a criação. A adoção é o fundamento do Universo.

O Espírito de adoção está em nós, por isso vivemos; por isso nos aproximamos de Deus e clamamos “abba”. Mas se o Espírito de adoção está sobre nós, então nossas relações devem ser marcadas pelo poder do amor divino que gera vida. A adoção é o fundamento da vida cristã. Onde quer que exista um estado de morte, o Espírito de Deus paira e cria vida, porque é o Espírito de adoção. Nós também, tendo em nós o Espírito de adoção, podemos, talvez devamos, pairar onde há morte e ver a ação e o poder do amor de Deus produzir vida ali. É assim que Deus cria vida, pelo poder do amor, pelo poder do seu Espírito de adoção.

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